Famiglia Valduga, 140 anos
Em 2015, a gaúcha Casa Valduga promove duas comemorações especiais. Está festejando 40 anos da vinícola, hoje uma das principais do Brasil, e os 140 anos da chegada dos primeiros Valduga ao nosso país. Ao longo dos próximos meses, vários eventos serão promovidos para lembrar as duas datas, culminando com uma grande festa no final do ano em sua sede, no Vale dos Vinhedos, junto a Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. “Temos muita coisa nova para mostrar”, diz Juarez Valduga, que com a ajuda dos irmãos João e Erielso, e dos filhos, comanda os negócios da família. O grupo está fazendo ampla reforma nos prédios ao redor da sede, na grande área da Villa Valduga, dedicada ao enoturismo. Próximo, no espaço da Casa Madeira, outro braço da empresa, está sendo implantado o Jardim Leopoldina, imenso parque com muitas atrações. E por volta de outubro será lançado o tinto top Luiz Valduga 2012. “É seguramente o melhor vinho que já produzimos”, acredita Juarez.
A família Valduga tem mesmo o que festejar. A saga começou em 1875, quando 40 famílias da província de Trento partiram da Itália em busca de uma vida nova no Sul do Brasil. Entre eles estavam Marco Valduga e sua mulher, Eleonora, que receberam terras na Linha Leopoldina, hoje parte do Vale dos Vinhedos, onde plantaram suas primeiras uvas. A tradição vinícola foi continuada pelos descendentes. Um deles, Luiz, pai de Juarez, João e Erielso, era um dos melhores viticultores da Serra Gaúcha e vendia suas uvas para a antiga Dreher. Em meados da década de 1970, como havia excedentes da safra, foi estimulado a produzir seu próprio vinho. Juarez, ex-seminarista, enchia com uma mangueira, diretamente da pipa, garrafões de plástico de 5 litros, colocava no velho caminhão da família e saía a vender para amigos e conhecidos.
Os tempos heróicos ficaram para trás. Hoje a família Valduga tem 250 hectares de vinhedos na Serra Gaúcha e em Encruzilhada do Sul, na Serra do Sudeste, e apresenta vinhos de muita qualidade. Nos últimos anos passou a apostar nos espumantes, cada vez mais reconhecidos como o grande produto nacional. “Nossa decisão foi reforçada este ano, diante das dificuldades climáticas na Serra Gaúcha”, comenta Juarez. Segundo ele, apesar do excesso de chuvas na safra terminada há pouco, as uvas colhidas para espumante estão dando vinhos excelentes. “Isso não acontece em nenhum outro lugar. Mesmo no pior ano, conseguimos uvas com maturação e acidez, o que é excepcional”. Hoje os filhos de Juarez e João são ativos na condução dos negócios da empresa. Isso mostra que a bela história da família Valduga tem tudo para continuar sua trajetória de sucesso.
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