Vega Sicilia, patrimônio da Espanha e do mundo

by José Maria Santana | 19/03/2017 15:27

Vega Sicilia fachada

Vega Sicilia, ícone de Ribera del Duero: fiel à tradição

Estrutura e elegância talvez sejam as palavras que definam melhor o Vega Sicilia Unico, um dos grandes vinhos do mundo e o mais emblemático da Espanha. É impressionante como ele preserva a concentração de fruta mesmo após afinamento por até 10 anos antes de sair ao mercado. O terroir especial em que nasce, em Ribera del Duero, no norte do país, ajuda a explicar o fenômeno. Antonio Menéndez, diretor geral da empresa centenária, aponta outras razões: “Os cuidados na elaboração permitem manter por muitos anos o padrão Vega Sicilia, que se traduz na consistência de seus vinhos”, diz ele. “Quando se abre uma garrafa de Unico, encontra-se sempre o estilo que se espera. Não vai falhar”.

Menéndez esteve em São Paulo esta semana para promover os produtos Vega Sicilia, em evento organizado junto com a importadora Mistral, do empresário Ciro Lilla. Na esteira do sucesso do Unico, o grupo da família Álvarez possui hoje cinco bodegas, sendo quatro na Espanha e uma na Hungria. Há 13 vinhos no portfolio, cada um com sua personalidade, mas todos com um denominador comum: a qualidade. Na lista, além do Unico, há joias como Valbuena 5º Año, Alión, Pintia, Macán e os espetaculares brancos doces húngaros de Tokaji Oremus. Não são vinhos baratos, especialmente com a carga brasileira de impostos, mas é o preço que se paga pelo capricho em sua elaboração, oferta restrita e alta procura.

Vega Sicilia placa 2

Nos vinhedos, uvas para produzir grandes tintos

A lendária bodega foi fundada em 1864 por Don Eloy Lecanda y Chaves, que comprou 2 mil hectares de terras que pertenciam a um mosteiro de monjas, onde cultivavam verduras e hortaliças. A propriedade se situa em Valbuena del Duero, perto de Valladolid, na comunidade autônoma de Castilla y León, norte da Espanha. Conta-se que no início chamava-se Pago de la Vega Santa Cecilia y Carrascal, pois no local havia uma capela dedicada a Santa Cecília. Don Eloy pretendia produzir tintos para rivalizar com os grandes vinhos de Bordeaux e para isso trouxe da França 18 mil mudas de Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Pinot Noir, que plantou junto com a Tinto Fino, nome que a Tempranillo assume na Ribera del Duero. Logo ficou claro que a casta nativa se dava melhor do que as estrangeiras.

 

Terroir especial

Vega Sicilia Tempranillo 2

A Tempranillo se adaptou muito bem à região

Ribera del Duero se situa num altiplano a 800 metros acima do nível do mar. Tem clima continental, com influência atlântica, baixa pluviosidade (média de 477 mm por ano) e estações bem definidas. Os invernos são frios e os verões, quentes e secos, com uma grande diferença de temperatura entre os dias e as noites. São condições importantes para o amadurecimento das uvas e manutenção de componentes, como a acidez. A insolação recebida pelos vinhedos é intensa.

A maior parte do solo é calcário e arenoso, bastante pobre. Nestas condições, predominam as uvas tintas, sendo a Tempranillo a rainha, chamada também de Tinto Fino e Tinta del Pais, seguida pela Garnacha. A Tempranillo se adaptou muito bem na região, pois tendo brotação tardia, suporta bem o frio. Além disso, por ser de maturação precoce costuma ficar livre do rigor dos outonos frios.

 

Primeiros anos

Pintia vinha

Pouco se sabe sobre primeiros tempos

Pouco se sabe sobre os primeiros vinhos produzidos por Vega Sicilia. Em 1903 a bodega foi comprada por a uma família de banqueiros e industriais de Valência, os Herrero, que pretendiam apenas fazer um bom investimento. Acabaram se enamorando pelo vinho e mantiveram a vinícola por 40 anos. O prestígio da marca cresceu nesta época. Conta-se que o perfil do Vega Sicilia Unico e do Valbuena foi criado pelo enólogo Domingo Garramiola, chamado de “Txomin”, figura marcante. Mas ainda há dúvida sobre quando apareceu o Unico. O diretor geral Antonio Menéndez relata que pode ter surgido antes, mas a primeira garrafa comprovada é de 1915.

Em 1943, apesar do renome, Vega Sicilia foi vendida para uma empresa de sementes, a Prodes. Depois, pela primeira vez deixou de pertencer a alguém da Espanha, pois em 1950 foi comprada por um banqueiro e industrial venezuelano, Hans Neumann. Grande conhecedor de tintos de Bordeaux, ele descobriu Vega Sicilia em uma degustação às cegas em Nova York e ficou apaixonado.

Vega Pablo

Pablo Álvarez

Em 1982, Neumann colocou a empresa novamente à venda e ela foi comprada por David Alvarez, na época um dos maiores empresários espanhóis, fundador do grupo Eulen, de Madrid, do ramo de seguros e serviços. Sem nenhuma relação com o mundo do vinho, pensava apenas fazer um bom investimento financeiro. Dois anos depois, ele colocou Pablo, um de seus sete filhos, como coordenador do projeto e, a partir daí, tudo mudou.

 

Novos tempos

Vega Sicilia adega 1

Na adega, novas tecnologias, limpeza e higiene

Pablo Álvarez passou a se dedicar totalmente à vinícola e convenceu o pai a não vendê-la, como pretendia, e sim transformá-la em um grupo vitivinícola de classe na Espanha. Quando a família entrou, a vinícola já produzia três ícones: Vega Sicilia Unico, Valbuena 5º Año e o raro Vega Sicilia Unico Reserva Especial (um blend de três ótimas safras anteriores de Único). O estilo e a filosofia foram mantidos, mas os Álvarez fizeram muitos investimentos para melhorar as vinhas e atualizar a adega.

Foi implantada nova tecnologia para baixar as temperaturas e dada prioridade à limpeza e higiene dos equipamentos, itens essenciais para evitar contaminações, principalmente quando a vinícola se propõe a produzir vinhos com elaboração tão prolongada – o Unico, por exemplo, permanece em média 10 anos nas caves antes de ir ao mercado.

A área de vinhedos aumentou de 80 hectares para os atuais 210 hectares. Para garantir a qualidade das plantas, foram separadas as melhores cepas da Finca Vega Sicilia e, a partir delas, um viveiro da Borgonha fez uma seleção clonal durante 10 anos. As novas plantações foram feitas com estes clones especiais. É um patrimônio vitícola inestimável, já que só se consegue um grande vinho com grandes uvas.

Vega Sicilia paisagem

Solos calcários e 210 hectares de vinhedos

No total, a propriedade tem 1.000 hectares, dos quais somente uma parte, como se viu, é ocupada por parreirais. A idade média das vinhas é de 35 anos. Há alguns vinhedos velhos, com mais de 70 anos. O mais novo tem 15 anos. A casa tem por norma utilizar apenas as uvas de vinhas acima de 10 anos. Antes disso são consideradas jovens demais para vinhos de alta gama.

Outra inovação foi analisar os solos da finca e dividir as parcelas por suas características comuns. A equipe identificou 19 tipos diferentes de solo em seus vinhedos, predominantemente calcários, com proporções variadas de argila e cal.

Também foram mapeadas 55 parcelas diferentes, cujas uvas são vinificadas separadamente. O blend definitivo só é decidido quase ao final do longo processo de amadurecimento dos vinhos.

 

Mudanças sutis

A família Álvarez fez questão de manter a tradição e o estilo Vega Sicilia. O Unico, seu tinto mais carismático, só é produzido em anos excepcionais, como antes. Não houve concessão a modismos, como o apelo dos vinhos modernos carregados de fruta e madeira. Caso raro no universo vinícola, o Unico mantém-se fiel ao estilo que o consagrou, elegante e requintado.

Vega Sicilia barricas

Mais carvalho novo e barricas francesas

Ainda assim, os investimentos feitos nos últimos anos trouxeram algumas novidades, especialmente em relação ao uso do carvalho. Antes, para o amadurecimento se utilizavam mais barris de carvalho usado; agora, há mais carvalho novo. No passado, mais carvalho americano do que francês; hoje, a proporção é igual. Fora isso, a maratona é a mesma. Depois da fermentação, os vinhos passam por uma sequência de grandes tonéis de carvalho; tanques de inox, onde é feito lote final das parcelas; barricas novas e usadas de carvalho (francês e americano). Só aí, seis anos em média. Em seguida, mais quatro anos de garrafa. No total, 10 anos antes da venda.

Com a atualização e os maiores cuidados na adega, é possível notar nas safras recentes mudanças sutis no perfil do Unico. Não se sente mais a acidez volátil frequente em edições antigas. O tinto mostra fruta mais limpa e frescor. Por isso Pablo Álvarez costuma dizer: “O vinho não pode perder a personalidade, mas tem que evoluir”.

 

Crescimento com Alión

Alion

Alión, proposta nova e mais moderna

Até o começo dos anos 1990, a Vega Sicilia comercializava o Valbuena 3º Año,  mas sua produção foi descontinuada em favor de um novo projeto, Alión, que deu início ao processo de expansão da empresa. A família Álvarez comprou 25 hectares de vinhedos em Padilla de Duero, perto da casa mãe, e em 1991 montou sua segunda bodega.

Não se trata de um segundo vinho Vega Sicilia e sim de uma nova proposta para oferecer tintos de desenho mais moderno e que expressem todo o potencial da Tempranillo em Ribera del Duero.

Alión, 100% Tempranillo, amadurece por 13 meses em barricas novas de carvalho francês e repousa por mais dois anos em garrafa antes de ser lançado. Hoje o grupo tem ali 100 hectares de vinhas. Se Vega Sicilia Unico é um clássico, como o Rolls Royce, Alión parece o recado de uma empresa centenária de que está ativa e não perdeu a vitalidade.

 

O histórico Oremus

Oremus bodega

Oremus, na terra dos brancos doces Tokaji

Em 1993, a família Álvarez decidiu diversificar seus investimentos fora da Espanha e, com a queda do bloco soviético, encontrou na Hungria um vinhedo à altura de sua tradição, o Oremus, existente desde o século XVII na área de Tokaj-Hegyalja. A região é famosa pelos Tokaji (o vinho leva um “i” no final do nome), brancos doces produzidos com uvas afetadas pela Botritix, a chamada “podridão nobre”. A propriedade, com 120 hectares, estava descuidada e foi inteiramente recuperada pelos novos donos.

As castas locais mais importantes são Furmint, Hárslevelü e Muscat. Com elas a Vega Sicilia elabora os vinhos de sobremesa Tokaji Oremus Hárslevelü Colheita Tardia; Tokaji Oremus 3 Puttonyos; Tokaji Oremus 5 Puttonyos; Tokaji Oremus 6 Puttonyos; e o maravilhoso Oremus Tokaji 6 Puttonyos.

Em 2001 foi lançado o excelente Mandolás, o primeiro branco seco produzido na região de Tokaj. Com base em Furmint, é fresco e tem uma estrutura importante. Segundo o diretor geral Antonio Menéndez o Mandolás “está evoluindo muito bem e a ideia do grupo Vega Sicilia é que venha a ser um grande vinho branco de referência”. Há um ano e meio a empresa está trabalhando com o enólogo grego Kiriakos, especialista em brancos da Borgonha, para melhorar o Mandolás e valorizar seu caráter mineral.

 

Pintia e Macán

Macan paisagem

Macán, expressão da Tempranillo na Rioja Alta

De volta à Espanha, o grupo deu mais um passo para explorar a Tempranillo seguindo o curso do rio Duero: comprou terras na região de Toro, no centro do país, e em 2001 montou a Bodega Pintia. São 96 hectares de vinhedos, com idade média ao redor de 35 anos, em que predomina a Tinta de Toro, a velha conhecida Tempranillo. O clima é do tipo continental, mas com influência mediterrânea, marcado por invernos rigorosos e verões curtos.

Aqui a Tempranillo/Tinta de Toro tem pele firme e espessa, é mais robusta e rugosa e dá vinhos tânicos, potentes, com grande gradação alcoólica. Por ser mais rústica, precisa de bom tempo de madeira nova para ser domada. Na bodega de Toro, a Vega Sicilia produz apenas um vinho, o tinto Pintia.

Por fim, em 2009 nasceu o projeto mais novo, Macán, parceria com a família do banqueiro francês Benjamin de Rothschild. Os 90 hectares de vinhedos se localizam na região de San Vicente de la Soncierra, na Rioja Alta, onde a Tempranillo se mostra mais delicada. É a estrela dos dois tintos da vinícola, o top Macán e o Macán Clasico, bom segundo rótulo da marca. São estas as cinco bodegas que formam hoje o grupo Vega Sicilia. Há um novo projeto em gestação, por enquanto um segredo.

 

Rigor extremo

Para manter a imagem de seus vinhos, os dirigentes da Vega Sicilia chegam a ser radicais. Duas curiosidades atestam isso. Em 2014, a empresa mandou recolher no mercado 500 mil garrafas do Pintia 2009, porque o vinho continha sedimentos em excesso. A direção teve coragem de reconhecer publicamente que houve uma falha de filtragem. Na época, a imprensa europeia falou em prejuízo de 7 milhões de euros.

Vega Sicilia logotipoEm comunicado oficial, o então diretor-geral Pablo Álvarez afirmou: “O sedimento não altera a qualidade destes vinhos, mas afeta-lhes o aspecto; e o nosso prestígio e imagem não nos permitem manter estes vinhos no mercado”. Em alternativa, a Vega Sicilia propôs aos clientes que já haviam comprado o 2009 a troca pelo Pintia de 2008 ou 2010.

E não foi a primeira vez que a Vega Sicilia retirou um vinho em comercialização no mercado mundial. Em 1999, recolheu toda a produção do seu Valbuena 5º Año Reserva 1994, admitindo que muitas garrafas estavam afetadas por TCA – a contaminação que dá ao vinho o conhecido “gosto de rolha”.

 

Os vinhos

No envento organizado pela importadora Mistral para apresentar à imprensa especializada Antonio Menéndez, diretor geral da Vega Sicilia, e Ignacio Calvo de Mora Brito Cunha, diretor geral da Bodega Macán, foram provados seis vinhos produzidos pelo grupo na Espanha e na Hungria.

 

MandolásTokaji Furmint Mandolás 2012

Tokaji Oremus/Vega Sicilia – Tokaj – Hungria – Mistral – US$ 49.90 – Nota 91

É 100% Furmint, a principal uva da Hungria. Fermenta e passa quatro meses nas pequenas barricas de madeira húngara de 136 litros, chamadas gönk, onde adquire corpo e robustez. No total, tem até 18 meses de crianza antes de sair para o mercado. Ao nariz traz notas amendoadas, de baunilha, minerais e de erva-doce, em base de pêssego e cítricos. É amplo, estruturado, com acidez viva e final persistente (13,5%). Mandolás em húngaro significa amêndoa. Aliás, boa parcela do vinhedo Oremus é rodeada por amendoeiras.

 

Macan ClasicoMacán Clasico 2011

Benjamin de Rothschild & Vega Sicilia – Rioja – Espanha – Mistral – US$ 119.50 (R$ 404,50 no site da importadora) – Nota 90

O segundo vinho da bodega Macán, 100% Tempranillo, mostra-se mais pronto e direto. Boa fruta madura, cereja, tabaco, especiarias. Apresenta corpo médio e boa estrutura. Os taninos são firmes e se sentem na boca. Vai bem com comida (14,5%).

 

MacanMacán 2010

Benjamin de Rothschild & Vega Sicilia – Rioja – Espanha – Mistral – US$ 199.50 (R$ 678) – Nota 93

É 100% Tempranillo, com três anos de envelhecimento, sendo 12 meses em carvalho e dois anos em garrafa. A Rioja mostra a feição mais delicada e mineral da casta. Perfumado, floral, complexo, lembra ameixas e goiaba, com toques de anis e especiarias. Equilibrado, fino, tem bom corpo, acidez gostosa e elegância. Delicioso, com bom potencial de guarda (14,5%).

 

ValbuenaValbuena 5º Año 2010

Vega Sicilia – Ribera del Duero – Espanha – Mistral – US$ 376 (R$ 1.356) – Nota 94

Muitos consideram o 2010 é o melhor Valbuena de sempre. Nesta edição, a Tempranillo reina sozinha, sem o habitual tempero de Merlot e Malbec. Intenso, floral, a violetas, mostra também no nariz um frutado saboroso, a cereja e cassis. Tem bom corpo e estrutura, acidez e frescor, e dá muito prazer em beber já, embora com grande potencial para guarda. Redondo, macio, um tinto espetacular (14%).

 

Unico 2007Vega Sicilia Unico 2007

Vega Sicilia – Ribera del Duero – Espanha – Mistral – US$ 957 (R$ 3.252,84) – Nota 95

A safra 2007 foi complicada em Ribera del Duero. Foi um ano frio, com muita chuva durante a vindima. Colheu-se uma parte das uvas, houve uma parada e depois se colheu o restante. Apesar disso, os cuidados na elaboração e os baixos rendimentos permitiram manter o padrão Vega Sicilia, que se traduz na integração e fineza do vinho. Ameixa, cassis, taninos maduros, incrível acidez, muita harmonia. Um tanto austero, mas esbanja elegância. Tem enorme potencial para guarda (14,5%).

 

Oremus TokajiTokaji Aszù 5 Puttonyos 2005

Tokaji Oremus/Vega Sicilia – Tokaj – Hungria – Mistral – US$ 155.90 (529,90) – Nota 93

Tokaj é a terra de maravilhosos vinhos brancos de sobremesa. O processo de vinificação local é bastante curioso. A um vinho base, seco, elaborado com as castas Furmint, Hárslevelü ou Muscat, colocado em barricas de 136 litros, adiciona-se uma certa quantidade de uvas extremamente maduras e nas quais a botritização provocou enorme concentração de açúcar. Estas uvas passificadas são chamadas aszú e quantificadas em “puttonyos”, unidade que equivale a 25 kg. O Aszù 5 Puttonyos da Oremus é complexo nos aromas, com nuances de mel, frutas secas, pêssego e algo de verniz. Na boca é untuoso, estruturado, volumoso. A doçura é compensada pela excelente acidez. O final é longo, interminável. É de se beber pedindo mais (12,5%). Garrafas de 500 ml

Saiba mais lendo as entrevistas de Antonio Menéndez, diretor geral da Vega Sicilia[1], e de Ignacio Calvo de Moura Brito Cunha, diretor geral de Bodegas Macán.[2]

 

Endnotes:
  1. Antonio Menéndez, diretor geral da Vega Sicilia: http://www.brasilvinhos.com.br/2017/03/19/entrevista-antonio-menendez-diretor-geral-da-vega-sicilia/
  2. Ignacio Calvo de Moura Brito Cunha, diretor geral de Bodegas Macán.: http://www.brasilvinhos.com.br/2017/03/19/entrevista-ignacio-calvo-diretor-geral-de-bodegas-macan/

Source URL: http://www.brasilvinhos.com.br/2017/03/19/vega-sicilia-patrimonio-da-espanha-e-do-mundo/