World Wine mostra grandes vinhos da Espanha e Portugal
A importadora World Wine, do grupo La Pastina, realizou esta semana, em São Paulo, o evento World Wine Experience Península Ibérica 2017, apresentando ao público consumidor e à imprensa especializada os vinhos de 13 vinícolas de ponta de Espanha e Portugal.
Entre os espanhóis, marcaram presença os cava (espumantes) Pere Ventura e os tintos e brancos das Bodegas Borsao (DO Campo de Borja, Aragão); da celebrada Marqués de Murrieta e da Vivanco (Rioja); da casa Valderiz (Ribera del Duero); e da biodinâmica Ponce (DO Mancguela).
Os portugueses estavam em maior número. Foram mostrados os vinhos da Herdade do Rocim (Alentejo e Lisboa); Quinta da Falorca e Vale da Ucha (Dão); Quinta do Vale D. Maria, Quinta do Pessegueiro e Carm (Douro); e os Vinhos do Porto Wiese & Krohn.
Os convidados puderam degustar grandes vinhos. Da Espanha, não há como não falar da Marqués de Murrieta, fundada em 1852 em Logroño, na Rioja, a mais antiga vinícola em atividade no país. De sua privilegiada Finca Ygay saem vinhos que já se tornaram clássicos, como o Marqués de Murrieta Reserva 2012 (R$ 219), o moderno Dalmau 2009 (R$ 539) e o maravilhoso Castillo Ygay 2005 (R$ 814).
De Portugal, pudemos conhecer as novidades sempre bem-vindas da Quinta Vale Dona Maria, de Cristiano Van Zeller, que produz alguns dos melhores vinhos do Douro. Quem apresentou os rótulos foi Francisca Van Zeller, a simpática filha de Cristiano. São tintos com consistente regularidade, do mais simples Rufo 2011 (R$ 94), ao emblemático Quinta Vale D. Maria 2013 (R$ 438) e ao incrivelmente sedutor Vinha da Francisca 2012 (R$ 644).
Quinta da Falorca
Mas desta vez queremos dedicar atenção especial a uma vinícola do Dão que merece ser mais conhecida, a Quinta da Falorca. Seus proprietários, Carlos Figueiredo e seu filho Pedro participaram do movimento de renovação desta região localizada no centro de Portugal, entre as serras da Estrela e do Caramulo. Eles eram donos da bela Quinta dos Carvalhais, vendida nos anos 1990 para a gigante Sogrape.
Carlos Figueiredo e o filho Pedro dedicaram-se então a recuperar as antigas propriedades de sua família na sub-região de Silgueiros. Até 1999 o clã entregava as uvas a uma cooperativa próxima. Sob o novo comando, passou a elaborar seus próprios vinhos.
Hoje Carlos e o filho possuem 13 hectares de vinhedos, em quatro parcelas – Quinta Vale das Escadinhas, Quinta da Falorca, Barreiro e Esmoitada. Uma das primeiras providências foi reestruturar a Escadinhas, com separação dos talhões por castas, incluindo Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro e Tinta Pinheira. Conta com uma adega construída em 2000. Na Quinta da Falorca os vinhedos ficam em meia-encosta, virados ao Sul, para a Serra da Estrela.
No início, a casa só produzia tintos. Hoje, o portfolio inclui também bons brancos, como o Encruzado Reserva 2014 (R$ 152). Na ala tinta, o top é o espetacular Quinta da Falorca Garrafeira Old Vines, feito com uvas de uma vinha centenária de 2 ha., com 40 castas plantadas juntas (R$ 462). Na parte central do catálogo ficam três tintos muito interessantes.
Quinta da Falorca Tinto 2011
Quinta da Falorca – Dão – Portugal – World Wine – R$ 109 – Nota 90
Vem de solos graníticos, mescla de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen e Rufete. Metade do lote passa 12 meses em carvalho usado. Bem balanceado, traz ao nariz notas de eucalipto e ervas, em base frutada, a cereja. Cheio de corpo, taninos firmes, boa acidez e persistência de média a alta (13,5%).
Quinta da Falorca Touriga Nacional 2010
Quinta da Falorca – Dão – Portugal – World Wine – R$ 317 – Nota 92
O Dão disputa com o Douro a primazia da Touriga Nacional, a casta lusa em moda nos últimos anos. Seja como for, temos aqui um Touriga muito bem feito, com os aromas florais a violeta típicos. Feito em lagar de pedra com pisa a pé, também lembra nos aromas cereja, framboesa e tabaco. Na boca tem bom corpo, taninos finos, acidez e frescor, elegância e final longo. Um tinto delicioso (14%).
Quinta da Falorca Reserva Lagar 2010
Quinta da Falorca – Dão – Portugal – World Wine – R$ 294 – Nota 93
Como o rótulo indica, foi elaborado em lagar de granito, com pisa a pé. Origina-se de um vinhedo de 40 anos, enxertado com os clones selecionados de vinhas bem mais velhas. No lote há 60% Touriga Nacional, 25% Tinta Roriz e 15% Alfrocheiro, com repouso por 18 meses em barricas de carvalho novo. Complexo nos aromas, oferece notas florais, de cereja e ameixa, tabaco e especiarias, além de um toque mineral. Macio, estruturado, equilibrado, untuoso é um vinho intenso, equilibrado e fino (14%).
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