by José Maria Santana | 13/12/2017 15:06
O Natal e o Réveillon se aproximam e para festejar estas datas tão especiais nada melhor do que um espumante de qualidade. Nosso mercado é particularmente rico em vinhos borbulhantes. Os supermercados, lojas de bebidas e empórios oferecem champagnes, cavas, Proseccos e espumantes de muitos países e em diversas faixas de preços. Nesta área, destaque para os espumantes brasileiros, marcados pela jovialidade e frescor. Vamos falar de tudo isso e sugerir rótulos facilmente encontrados à venda.
O espumante é o único vinho brasileiro que faz frente aos importados. A trajetória vitoriosa resulta de um conjunto de ações. As melhores vinícolas nacionais investiram em equipamentos e tecnologia, conhecem melhor o terroir em que atuam e contam hoje com profissionais mais bem preparados do que há alguns anos.
Por definição, o espumante é um vinho base que sofre uma segunda fermentação, que acontece em ambiente fechado, onde o anidrido carbônico fica retido. É ele o responsável pela formação da espuma, das borbulhas e da pressão que faz a rolha estourar.
Basicamente há dois processos de produção, e em ambos parte-se de um vinho base. No método Tradicional ou Clássico, desenvolvido na região francesa de Champagne, a segunda fermentação ocorre na própria garrafa. No outro sistema, conhecido como Charmat, a segunda fermentação acontece em grandes tanques de aço inox fechados, as autoclaves.
Cada processo tem seus defensores, dependendo do resultado final que se deseja. O mais importante, em qualquer dos métodos, é a qualidade da matéria-prima. Um bom vinho só se faz com uvas de qualidade. O período de tempo em que o vinho permanece em contato com as borras ajuda a aumentar a complexidade. Isso pode acontecer tanto na garrafa, quanto nos tanques – procedimento chamado de Charmat Longo.
Vocação natural
Produzem espumantes de categoria atualmente o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Nordeste. Mas a Serra Gaúcha ainda é a grande fornecedora, de onde saem 90% de todas as borbulhas brasileiras. A região tem uma vocação natural para esse tipo de vinho. Como se sabe, o clima da Serra Gaúcha, muito chuvoso, pode não ser ideal para a elaboração de tintos e brancos normais. Mas oferece boas condições de desenvolvimento para as uvas que vão dar origem aos espumantes.
O final do ciclo de maturação das uvas e o começo da vindima coincidem com o verão, época de chuvas na região Sul. No caso dos tintos e brancos, é arriscado deixar os cachos no parreiral para amadurecerem completamente. No caso das borbulhas, não é um problema. A colheita precoce resulta em bagos com menos açúcar e mais acidez.
Por isso, muitos especialistas dizem até que a Serra Gaúcha, apesar das dificuldades climáticas, é uma das melhores zonas do mundo para a produção de espumantes. Boa acidez e aromas finos são componentes essenciais da qualidade do espumante nacional.
No Brasil, três castas especialmente dão origem a vinhos base de nível superior e, consequentemente, a bons espumantes. São elas Pinot Noir, Chardonnay e Riesling Itálico. Mas também há produtos de classe a partir da perfumada Moscatel.
A Pinot, uva tinta, tem ciclo precoce e pode ser colhida mais cedo, antes dos riscos trazidos pelo excesso de umidade. Vinificada em branco, isto é, sem a presença das cascas que tingiriam o mosto de vermelho, mostra grande regularidade de produção e de qualidade. A Chardonnay, embora de manejo mais complicado, é sempre clássica para a elaboração de borbulhantes. E a Riesling Itálico, o patinho feio do trio, adaptou-se a ponto de se tornar quase um emblema da Serra Gaúcha.
Diferentes tipos
O espumante é apresentado em diferentes estilos e versões – pode ser leve ou estruturado, seco, meio doce ou doce. Antes de ser engarrafado, recebe (ou não) a adição de uma espécie de xarope de vinho (liqueur d’expedicion), com menos ou mais dosagem de açúcar, e isso vai definir os tipos.
No caso do Brasil, a legislação estabelece a quantidade de gramas de açúcar por litro de cada uma das versões. Se não recebe adição nenhuma, é o mais seco, chamado Nature ou Pas Dosé. A partir daí há o Extra Brut, Brut, o Demi-sec e o Doce. Cada um escolhe o estilo que mais lhe agrada. Para não errar, o tipo Brut é sempre uma boa opção.
Dependendo das uvas e do sistema de elaboração, o espumante também pode ser branco, rosé ou tinto (menos usual).
Os vinhos
Todos os vinhos borbulhantes são classificados como espumantes, mas alguns países adotam para seus produtos denominações específicas, protegidas pelas leis de comércio internacional. Na França, a estrela é o champagne, elaborado exclusivamente na região da Champagne. Na Espanha há o cava, originário da região que envolve o Penedès. A Itália oferece o Prosecco, do Vêneto, Franciacorta, da Lombardia, e o doce Asti, do Piemonte.
Da Alemanha vem o sect. Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia produzem bons sparkling wines. Há ótimos espumantes ainda em Portugal. Chile e Argentina, que não tinham borbulhas à altura de seus grandes tintos e brancos, começam a mostrar rótulos mais interessantes.
Concorrendo neste competitivo mercado, os espumantes brasileiros ganham espaço aqui e no exterior, por sua qualidade e características. Sugerimos alguns deles, que têm tudo para brilhar nas festas de fim de ano. Você por procurar por rótulos desses 25 produtores, sempre confiáveis:
Espumantes Cave Geisse, Casa Valduga, Salton, Aurora, Miolo, Pizzato, Chandon, Adolfo Lona, Peterlongo, Vinícola Garibaldi, Casa Perini, Monte Paschoal, Vallontano (distribuído pela Mistral), Rio Sol, Bueno Wines, Hermann Lírica, Lidio Carraro, Dal Pizzol, Talise (importadora Vinci), Guatambu, Pericó, Gran Legado, Campos de Cima, Don Giovanni e Aracuri.
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