Ravin apresenta novos tintos e brancos argentinos de muito bom nível
A importadora paulista Ravin, de Rogério D’Avila, renovou em seu catálogo a ala da Argentina e apresentou dias atrás novidades interessantes, como os rótulos de Finca La Escarcha, Trivento, Duriguti e de projetos vinícolas pertencentes à conhecida família Zuccardi. Selecionamos alguns tintos e brancos dessa lista, em diferentes faixas de preço, que mostram a diversidade e qualidade do portfólio da empresa.
El Bar Argentino Tempranillo-Malbec 2017
Bodega Santa Julia – Mendoza – Argentina – Ravin – R$ 68,15 – Nota 89
A vinícola Santa Julia pertence ao grupo Zuccardi, nome de prestígio no mundo do vinho na Argentina. A família reserva o nome Zuccardi para seus rótulos de alta gama e abriga os tintos e brancos digamos, mais comerciais, com boa relação entre preço e qualidade, no guarda-chuva de Santa Julia, que produz cerca de 12 milhões de garrafas por ano. A linha El Bar Argentino busca oferecer vinhos leves e frutados, sem muito álcool, fáceis de beber, destinados a um público jovem. De fato, é o que se encontra neste tinto, corte de 70% Tempranillo e 30% Malbec, sem passagem por madeira. Nos aromas há toques florais e boa fruta vermelha. De corpo médio a bom, tem acidez equilibrada, taninos nada agressivos, textura macia e final agradável (13%).
Pampas del Sur Expressión Malbec 2016
Pampas del Sur – Mendoza – Argentina – Ravin – R$ 68,15 – Nota 88
A vinícola Pampas del Sur pertence à Trivento, braço argentino da gigante chilena Concha y Toro. Instalada em Mendoza em 1996, a Trivento se expandiu e possui hoje 1.290 hectares de terras na região, produzindo incríveis 30 milhões de garrafas por ano. Pela quantidade, oferece vinhos em todas as gamas, como este tinto simples e correto, frutado e jovial. Malbec 100%, metade do lote passa por processo de termovinificação, em que o mosto é extraído por meio de temperaturas elevadas – o restante segue em vinificação normal. Não faz estágio em madeira. No nariz e na boca aparecem frutas vermelhas. Leve, sem complicações, com boa acidez e menor graduação alcoólica, é indicado para o dia a dia (12%).
Durigutti HD Malbec 2015
Durigutti Winemakers – Mendoza – Argentina – Ravin – R$ 170 – Nota 91
Os irmãos Héctor e Pablo Durigutti têm grande experiência como enólogos. Pablo trabalhou para vinícolas renomadas, como Catena e Chandon. Héctor não ficou atrás, passou por casas como Rutini, Banfi e Altos Las Hormigas. Em 2002 decidiram iniciar o próprio projeto, Durigutti Family Winemakers, em Las Compuertas, no coração de Lujan de Cuyo, Mendoza, uma das zonas vinícolas mais tradicionais da Argentina, agora em processo de revalorização. Com uvas de sua própria finca, Victoria, ou selecionadas de pequenos proprietários nas melhores áreas da província, produzem tintos de nível superior. Os irmãos atuam em conjunto, mas deixam espaço também para vinhos autorais, como a linha HD, de Héctor. São três Malbec provenientes de um vinhedo plantado em 1943 em Altamira, no vale de Uco, a mais de 1.200 metros de altitude, pertencente a um pequeno agricultor e acompanhado pela família Durigutti desde 2008. Este, o de entrada, elaborado com leveduras indígenas e sem filtração, amadurece por 12 meses em barricas de carvalho francês, metade novas. Traz ao nariz notas florais, em meio a fruta, como ameixa, e leve tostado. Tem bom corpo, é macio, equilibrado, com muito boa acidez e frescor. Um grande vinho (13,3%).
Entrelíneas Viognier 2016
Finca La Escarcha – Mendoza – Argentina – Ravin – R$ 378 – Nota 91
Um branco diferenciado, produzido por uma vinícola pequena e caprichosa. Finca La Escarcha foi criada em 2004 por Santiago Reta, que comprou um vinhedo abandonado em La Arboleda, Tupungato, no vale de Uco. Começou do zero, mantendo a topografia do local e suas colinas. Desde o início Santiago contou com a assessoria do enólogo italiano Giuseppe Franceschini, que utiliza ânforas de concreto e tanques de aço inox. Em 2015 o empresário construiu a própria adega, onde produz apenas 14 mil garrafas de vinho por ano. Possui hoje 25 hectares de vinhas, sendo 3 plantados com Viognier, uva que dá brancos de grande caráter. Este é intenso, lembrando camomila, algo floral e mineral, frutas tropicais e cítricos. Na boca é seco, volumoso, equilibrado e refrescante. Um branco delicioso, bom para tomar só ou acompanhar comida. A propósito, a vinícola adota técnicas da agricultura de precisão. A definição das fileiras de plantas é baseada em um estudo prévio do solo. Seus rótulos fazem referência a uma foto aérea dos vinhedos e é inspirado nisso que surgiu o nome “Entrelíneas” (12,5%).
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