Linha Catena Saint Felicien agora vendida no Brasil
Chega ao Brasil a linha de vinhos Saint Felicien, tintos e brancos produzidos em Mendoza, na Argentina, pela prestigiada vinícola Catena Zapata. A série não é nova, pois existe desde a década de 1960. Mas é a primeira vez que seus rótulos chegam regularmente ao nosso mercado, trazidos pela Mistral, de Ciro Lilla, a mesma importadora que distribui aqui com exclusividade os outros vinhos da casa.
Na Argentina, a Catena oferece 17 rótulos com a marca Saint Felicien. Por enquanto, sete deles estão aqui, quase todos varietais (Malbec, Cabernet Franc, Chardonnay e Sauvignon Blanc), além de um rosé, um espumante brut nature e um branco doce a partir de Sémillon.
Para quem tem alguma familiaridade com os vinhos produzidos pela bodega do grande Nicolás Catena, a linha Saint Felicien se situa na base da pirâmide, em patamar semelhante ao que ocupam os rótulos identificados apenas como Catena.
Dizendo assim parece tratar-se de tintos e brancos simples. Engano. Como os demais produtos da casa, são vinhos elaborados com bastante cuidado e já partem de um nível elevado. Provamos aqui o Catena Saint Felicien Cabernet Franc, que dá uma ideia do potencial da série.
Catena Saint Felicien Cabernet Franc 2017
Bodega Catena Zapata – Mendoza – Argentina – Mistral – R$ 186,10 – Nota 90
A Cabernet Franc representa somente 1,09% da área ocupada por vinhas na Argentina (contra, por exemplo, 38,6% da Malbec), mas oferece gratas surpresas. O enólogo Alejandro Vigil, diretor técnico da Catena, trabalha a casta como ninguém, o que se nota neste tinto. Cabernet Franc 100%, é da safra de 2017, uma das melhores dos últimos anos. Embora com baixos rendimentos, por causa de geladas tardias na fase de brotação, foi bastante equilibrada e é considerada uma bênção pela equipe da vinícola, depois do desastre da colheita de 2016, a mais fria e escassa em três décadas. Aqui as uvas vêm dos vinhedos La Piramide, a 950 m de altitude, em Agrelo, Luján de Cuyo (onde fica a sede da bodega) e Angélica Sur, a 1.050 m, em Eugenio Bustos, distrito de San Carlos, no vale de Uco. Terminada a fermentação, o vinho permaneceu por 16 meses em barricas de carvalho francesas (90%) e americanas. Nos aromas há cereja e ameixa, em meio a tabaco e pimenta, com algo floral e de eucalipto. A madeira suaviza as notas vegetais que muitas vezes aparecem nos Cabernet Franc. Encorpado, seco, tem taninos firmes, maduros e bom frescor. Ainda se mostra jovem, com estrutura para melhorar com mais alguns anos de adega. Uma curiosidade: o rótulo, de traços corridos, reproduz uma pintura do artista local Carlos Alonso, a mesma que aparecia na garrafa do tinto que inaugurou esta linha da Catena, o Saint Felicien Cabernet Sauvignon 1963. Aliás, foi o primeiro vinho argentino a mencionar o nome da uva que lhe deu origem. Só para lembrar, naquela época os vinhos do país normalmente eram classificados pela cor – tinto, branco ou rosado. E muitas vezes, não traziam nem a indicação da safra. Felizmente, tudo isso mudou (13,5%).
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