Perini Qu4tro 2009 ainda em forma

Perini Qu4tro 2009 ainda em forma

 

O tinto Perini Qu4tro, produzido pela vinícola Perini em Farroupilha, na Serra Gaúcha, confirma que o vinho brasileiro pode resistir ao tempo e melhorar com a idade. Foi lançado em 2012 e de lá para cá manteve o padrão de qualidade. Ganhou o título de Melhor Tinto Brasileiro no Top 10 da Expovinis de 2013. Provado recentemente, mostrou que mantém a fruta, vivacidade e equilíbrio.

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A adega da Perini, em Farroupilha, no Vale Trentino

Como outras tradicionais vinícolas nacionais, a Perini foi criada por descendentes dos primeiros imigrantes italianos que se instalaram no Rio Grande do Sul. Antonio e Giuseppe Perini chegaram ao Brasil em 1876 e foram morar no Vale Trentino, hoje área de Farroupilha.  Plantaram uvas e faziam vinhos para consumo próprio. A produção vinícola como negócio começou em 1928, com João Perini.

Só em 1970 a casa se consolidou, quando Benildo Perini, neto do pioneiro Giuseppe, assumiu o comando e transformou o pequeno empreendimento familiar em empresa. Passou a engarrafar seus vinhos com a marca JP, em homenagem ao pai, João Perini. Eram ainda feitos com uvas híbridas, plantadas em latada, como fazia a quase totalidade dos viticultores da época.

Em 1996 a família expandiu as atividades para Garibaldi, também na Serra Gaúcha, arrendando equipamentos para produzir os espumantes Casa Perini. No mesmo ano lançou seus primeiros Vinhos Finos, isto é, produzidos com uvas viníferas.

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Benildo Perini e os filhos Franco (à esq) e Pablo

Nos últimos anos houve crescimento dos negócios, com a entrada dos filhos de Benildo no negócio. Franco Perini é responsável pela área comercial e Pablo, pelo marketing da empresa. Um novo salto foi dado em 2005, quando a família comprou da multinacional Bacardi-Martini as instalações da vinícola De Lantier em Garibaldi.

Nessa mesma época a Perini buscou a consultoria do consagrado enólogo chileno Mario Geisse – também dono da vinícola que leva seu nome em Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha. “Mudou a nossa vida”, disse certa vez Benildo. Geisse mostrou à equipe como trabalhar o conceito de terroir e a importância da atenção aos detalhes.

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Parte da vinha tem condução em Y

Atualmente, a Perini possui 12 hectares de vinhedos em Garibaldi e 80 hectares em Farroupilha, somando no total 92 hectares. Segundo a equipe, os vinhedos do Vale Trentino estão 750 metros acima do nível do mar, em clima mais seco do que outros da Serra Gaúcha, o que favorece maturação prolongada. Parte da vinha é ocupada por videiras europeias certificadas, com parreiras sustentadas por estruturas em forma de “Y”, que garantem boa ventilação e exposição dos cachos ao sol.

A vinícola processa hoje 16 milhões de quilos de uva por ano e oferece brancos, rosés, tintos e espumantes com as marcas Perini, Casa Perini, Macaw, Arbo e Jota Pe. O top Perini Qu4tro é produzido apenas em anos especiais. Antes de 2009, foi apresentado em 2005 e 2008. A família tem ainda a linha de cervejas Matarelo.

 

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Vinícola Perini – Vale Trentino, Serra Gaúcha, RS – R$ 136,60 – Nota 90

Mescla de Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat e Ancellotta, permaneceu por nove meses em barricas novas de carvalho francês e foi engarrafado em outubro de 2012. Notas de café, tostados, especiarias e algo animal aparecem ao nariz, em meio a fruta. Na boca é equilibrado, tem taninos maduros e apresenta mais concentração que a média dos tintos nacionais. Uma curiosidade sobre o nome. O vinho é corte de quatro castas, mas segundo a Perini, a inspiração do rótulo é outra: o 4 indicado faz referência à simbologia ligada ao número, associado ao sentido de força e poder. São quatro as estações do ano e quatro as fases lunares que interferem no crescimento da videira. Símbolos à parte, o fato é que o tinto é bom (12%).

 



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