Bons chilenos abaixo de R$ 70
O Chile responde atualmente por quase 50% de todos os vinhos importados que abastecem o mercado brasileiro. É de longe nosso maior fornecedor. Isso se explica por uma política competitiva de preços e uma qualidade que mantém consistência e regularidade. Entre os tintos e brancos enviados por aquele país há rótulos em todas as faixas de preços. Os mais básicos normalmente são os que trazem a palavra “Reservado”, que muitas vezes iludem o consumidor desavisado, pois podem ser confundidos com “Reserva”, geralmente produtos situados em patamar acima. Mas para quem busca qualidade, sem sacrificar o bolso, há uma faixa intermediária de vinhos chilenos que vale a pena explorar. Damos aqui cinco exemplos, provados novamente há pouco. Todos podem ser encontrados a preço abaixo de R$ 70.
Cefiro Pinot Noir Reserva 2014
Viña Casablanca – Vale de Casablanca – Chile – Casa Flora/Porto a Porto – R$ 62 – Nota 89
A vinícola, pertencente ao grupo Santa Carolina, explora o potencial do vale de Casablanca, que recebe a influência das brisas frias do oceano Pacífico. Por suas características, a região favorece o desenvolvimento de uvas bem adaptadas a climas com temperaturas mais baixas, como Chardonnay, Sauvignon Blanc e a tinta Pinot Noir. No caso deste vinho, uma parte do lote (30%) repousou por seis meses em barricas usadas de carvalho. Mostra nos aromas notas florais e de canela, em base de cereja. Tem corpo médio, é estruturado, com frutado gostoso e fácil, e acidez que lhe dá frescor (14%).
La Joya Syrah Gran Reserva 2015
Viña Bisquertt – Vale de Colchagua – Chile – World Wine/La Pastina – R$ 64 – Nota 88
A família Bisquertt, com 96 hectares de vinhedos na zona de Marchigüe, vendia uvas a terceiros e decidiu nos anos 1990 engarrafar os próprios rótulos. Hoje sob o comando de Sebastián Bisquertt, produz bons vinhos, como este tinto estruturado, com passagem de 6 meses por carvalho americano. Traz ao nariz frutas como cassis e cereja, além de notas de mentol. Tem bom corpo e taninos algo rudes, que pedem comida (14%).
Anakena Carmenère 2014
Anakena – Vale do Cachapoal – Chile – Wine Brands – R$ 63 – Nota 88
Felipe Ibáñez e Jorge Gutiérrez criaram a vinícola no vale de Cachapoal, aos pés da Cordilheira dos Andes, nos anos 1990, mas hoje têm vinhedos também na zona costeira de San Antonio, mais fria. Seu varietal, de linha básica, sem madeira, lembra ao nariz algo vegetal, com notas de eucalipto, mentol e cereja. Os taninos firmes, levemente rascantes, convivem com bom frutado. Tem final persistente (13,5%).
Montes Cabernet Sauvignon Reserva 2013
Viña Montes – Vale de Apalta – Chile – Mistral – R$ 66,70 – Nota 88
A vinícola criada pelo respeitado Aurélio Montes e um grupo de amigos, hoje sob comando da nova geração, se distingue pelo cuidado em toda sua produção, dos tintos de alta gama aos varietais de proposta mais comercial. No tinto, a Cabernet predomina (85%), amaciada por Merlot. Há nos aromas ameixa, especiarias e mentol. Parte do lote (40%) passou 8 meses em barricas de carvalho usado, o que agregou toques tostados. No paladar apresenta bom corpo, taninos firmes, maduros e acidez no ponto. Um vinho que não tem erro, sempre confiável (13,5%).
U Carmenère 2014
Viña Undurraga – Vale do Maipo – Chile – Inovini – R$ 45 – Nota 88
A centenária Undurraga, hoje em mãos do grupo familiar Vinos del Pacifico, tem 1.800 hectares de vinhedos em diferentes zonas e se modernizou nos últimos anos. A linha U foi pensada para mostrar o estilo da casa a novos consumidores. O Carmenère, com uvas do Vale Central, sem madeira, cumpre bem este papel. Tem o vegetal presente na variedade, algo floral, e também frutas maduras a amoras e ameixa. Na boca é amigável, em corpo médio, sem nada agressivo (13,5%).
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